A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) acatou, por unanimidade, o recurso do Ministério Público do Estado (MPAC) e determinou a prisão preventiva de três acusados de envolvimento no assassinato do empresário Lucas Sales Palú, de 30 anos. O crime ocorreu durante uma tentativa de assalto em junho de 2023, no bairro Ivete Vargas, em Rio Branco. A decisão reformou o posicionamento anterior do Juízo da Vara de Delitos de Roubos e Extorsões, que havia negado o pedido de prisão. A relatora do recurso, desembargadora Denise Bonfim, afirmou haver provas suficientes para justificar a medida contra os réus Mirnna Souza Fidelis, Geilson Cunha de Almeida e Joel Costa da Silva, indiciados por latrocínio — roubo seguido de morte.
Lucas Palú foi morto após ser abordado por três homens enquanto estacionava sua caminhonete próximo a uma lanchonete. Ao reagir ao assalto, foi alvejado com dois disparos e não resistiu aos ferimentos. A investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) identificou que os tiros foram efetuados por um adolescente de 17 anos, que agia em parceria com Geilson e Joel. Segundo a polícia, o trio agiu a mando de Mirnna Fidelis, acusada de ter planejado o crime com o intuito de roubar o veículo da vítima, que já estaria encomendado para ser levado à Bolívia.
Durante as investigações, foi apurado que Mirnna teria fornecido a arma usada no crime, encontrada posteriormente em sua residência. Além disso, a acusada teria financiado a fuga do adolescente para João Pessoa, na Paraíba, onde ele passou a morar com sua filha, com quem o menor mantinha um relacionamento. A Polícia Civil prendeu dois dos envolvidos, mas Mirnna segue foragida da Justiça acreana. A Justiça determinou a expedição dos mandados de prisão e outras providências que devem ser executadas pela instância de origem do processo.
O caso gerou forte comoção na capital acreana, tanto pela brutalidade do crime quanto pelo envolvimento de um menor e o suposto papel de liderança de uma mulher no planejamento da ação criminosa. Com a nova decisão judicial, o TJAC reafirma o compromisso de garantir que os acusados respondam pelos seus atos em liberdade restrita, enquanto o processo judicial segue em curso.