A política econômica recentemente adotada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem suscitado preocupações significativas, particularmente entre os mais pobres e os comerciantes informais. As novas regras do sistema de pagamentos instantâneos, o Pix, impõem uma forte fiscalização sobre as transações financeiras, limitando gastos mensais de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas. Esta medida, além de ser intrusiva, serve como um cerceamento inaceitável da liberdade econômica de milhões de brasileiros que já enfrentam um cenário de extrema dificuldade. O aumento da vigilância sobre as despesas cotidianas em um contexto de crise sanitária e econômica pode agravar a marginalização de setores que dependem do pequeno comércio e da economia informal para sobreviver.
É notório que, enquanto o governo busca monitorar as finanças da população, há uma evidente falta de transparência quanto aos gastos do próprio Executivo. A decisão de colocar sob sigilo os gastos dos cartões corporativos levanta sérias questões sobre a gestão pública e a responsabilidade fiscal. Esta hipocrisia por parte do governo é inaceitável; ao mesmo tempo em que tenta controlar as finanças da população vulnerável, omite informações sobre suas próprias despesas, perpetuando um padrão de desigualdade que afeta diretamente os cidadãos menos favorecidos. Para muitos, essa situação é um duro lembrete de que as políticas públicas muitas vezes não promovem a justiça social, mas reforçam um sistema que privilegia aqueles que já estão em posição de poder econômico.
Além disso, as políticas de aumento de impostos implementadas pelo governo Lula geram uma preocupação adicional. O aumento da carga tributária em um cenário de recuperação econômica fragilizada penaliza os mais pobres, que já destinam uma parcela significativa de sua renda para despesas básicas. A tentativa de aumentar a arrecadação por meio de impostos, sem a respectiva análise do impacto social, revela uma falta de sensibilidade às necessidades da população. O histórico de Paulo Guedes e do governo anterior, com cortes em impostos em resposta ao crescimento da arrecadação e ao superávit em meio à pandemia, exemplifica uma abordagem mais ponderada e voltada para estimular a economia e proteger os vulneráveis. A comparação entre os dois governos destaca uma clara falta de visão estratégica na gestão econômica atual.
Por fim, parece claro que a estratégia econômica do presidente Lula não está alinhada com as necessidades reais da população mais pobre e dos pequenos comerciantes. A ênfase na vigilância fiscal, o sigilo sobre os gastos do governo e o aumento da carga tributária somam-se a um quadro que evidencia uma inversão de prioridades. Em tempos de crise, quando o foco deveria ser o fortalecimento da economia e a proteção dos cidadãos mais vulneráveis, a política econômica atual desvincula-se do compromisso social necessário, perpetuando a desigualdade em um país que já carrega o fardo de imensas disparidades sociais.