Tacacá de caranguejo e caldo de turu são premiados na III Mostra de Sabores e Saberes da Semec
Uma reunião alegre, apetitosa e educativa. Esta é a receita da “Mostra de Sabores e Saberes” promovida pela Prefeitura de Belém por meio da Coorden...
05/12/2024 às 18h07
Por: RedaçãoFonte: Agência Belém
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Uma reunião alegre, apetitosa e educativa. Esta é a receita da “Mostra de Sabores e Saberes” promovida pela Prefeitura de Belém por meio da Coordenadoria da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Ejai) da Secretaria Municipal de Educação. Em sua terceira edição, o evento ocorreu na noite desta quarta-feira,4, no térreo do Espaço de Ensino Mirante do Rio, no campus básico da Universidade Federal do Pará (UFPA), como parte da programação “Diálogos de Saberes”, realizada pela Semec. Foram 35 pratos regionais apresentados por 19 escolas de Belém. Um júri especializado em culinária avaliou as iguarias apresentadas por estudantes e servidores. O objetivo do projeto é valorizar o saber local tendo a comida como referência de experiências pedagógicas e memórias afetivas. A primeira edição aconteceu em 2022 e contou com 38 pratos de comidas. A segunda, em 2003, teve 53 apresentações. Os pratos classificados este ano foram das escolas Olga Benário, do bairro de Águas Lindas; Anexo do Campo Nossa Senhora dos Navegantes, no rio Aurá; João Nelson Ribeiro, do Telégrafo; e Paulo Freire, do Tenoné. A Olga Benário venceu em primeiro lugar nas duas categorias: estudante e servidor, enquanto a Paulo Freire ganhou segundo e terceiro lugares na categoria servidor. Na categoria servidor, os pratos aprovados foram o “tacacá de caranguejo” (Olga Benário), a “mujica de camarão” (Paulo Freire) e o “caldo de macaxeira com mexilhão” (Paulo Freire). Já na categoria estudantes, os mais apreciados foram “caldo de quenga” (Olga Benário); “caldo de turu” (Navegantes); e “maniçoba da mamusca” (Nelson Ribeiro). Os degustadores que aprovaram os pratos foram os professores Sidiana Ferreira de Macedo, Álvaro do Espírito Santo, Geldes de Campos Castro e Adwaldo Castro Neto. Para o professor da Faculdade de Turismo da UFPA, Álvaro do Espírito Santo, membro da Academia Brasileira de Gastronomia, a mostra é uma iniciativa que valoriza a cozinha regional e estimula a comunidade escolar a se conectar com as raízes ancestrais da culinária da Amazônia. “Um exemplo disso, disse ele, foi a premiação do “tacacá de caranguejo”, prática comum no período colonial. Portanto, a iniciativa é também um lugar de culto à memória de sabores que marcaram, em épocas passadas, os hábitos alimentares do povo do Pará”. O coordenador da Ejai, Miguel Picanço, explica que o encontro de sabores se constituiu “em um lugar privilegiado de vivências pedagógicas, desenvolvidas nas unidades educativas da rede municipal de Belém, que aponta para a possibilidade de um currículo decolonial, aproximando a cultura ambiental amazônica dos saberes escolares da Ejai”. Citando o educador Paulo Freire, Picanço ensina que “tudo começa com a proposta pedagógica “Alfabetização à Mesa”, que traz essa comida para a cena pedagógica, como tema gerador para o processo de alfabetização”. A estudante Adriana Santana, 42, moradora em Santana do Aurá, trabalha durante o dia com reciclagem de lixo e de noite retomou os estudos, no curso de alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos da Escola Olga Benário. Ela ficou muito feliz com a premiação de seu prato, ocaldo de quenga. “Foi maravilhoso”, disse ela chorando e recebendo os abraços de colegas e professores. Já a assistente social Jaqueline Batista Soares da Silva, servidora na “Olga Benário”, explicou que o evento trouxe um saudosismo enorme da sua infância, dos seus avós. “Poder contar nossa história e sair vitoriosa foi de um acalanto enorme ao meu coração”. O diretor da escola, Marcelo Carvalho, disse que foi emocionante viver a participação da “Olga Benário” na III Mostra de Saberes da Ejai. “Nossa escola já havia vencido na primeira edição do projeto, com a servidora Ruth Lopes de Souza, mas hoje a emoção foi em dobro, vencemos nas duas categorias”. A escola do bairro de Águas Lindas apresentou este ano quatro trabalhos. “São quatro experiências pedagógicas desenvolvidas ao longo do ano letivo de 2024. Isso comprova que o projeto pedagógico Alfabetização à Mesa foi assumido por todo o nosso coletivo da Ejai”, finalizou.
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