Na arena política brasileira, o toma-lá-dá-cá se tornou uma prática corriqueira, especialmente em momentos de disputa pelo poder. Recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), não hesitou em expor essa realidade ao afirmar que o PT exigiu a indicação de um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) em troca de apoio à candidatura de Hugo Motta para sucedê-lo na presidência da Câmara. Essa declaração revela não apenas a falta de vergonha na cara de certos líderes políticos, mas também o desprezo pelas instituições que deveriam atuar como baluartes da democracia e da fiscalização do uso do dinheiro público.
O comportamento de Lira e do PT evidencia um jogo político que se distancia cada vez mais dos princípios éticos e da responsabilidade pública. A indicação de um membro do TCU com o objetivo explícito de garantir apoio político é um claro sinal de que as instituições fiscalizadoras estão sendo instrumentalizadas em benefício de interesses partidários, em vez de atuarem em prol da nação. A interferência política em órgãos como o TCU, que deveriam ser independentes e imparciais, compromete a credibilidade dessas instituições e gera um ambiente de desconfiança entre a população.
Esse tipo de postura não é apenas uma vergonha para os envolvidos, mas um verdadeiro escárnio para a democracia. O que deveria ser uma discussão sobre a melhor maneira de servir ao povo acaba se transformando em uma troca de favores, onde o bem-estar da sociedade é colocado em segundo plano em nome de interesses pessoais e partidários. A prática do toma-lá-dá-cá perpetua um ciclo vicioso de corrupção e desvio de finalidade, minando a confiança da população nas suas lideranças e nas instituições.
Enquanto o jogo político continuar a ser marcado por essas práticas, é fundamental que a sociedade civil se mobilize e exija mais transparência e ética na política. O fortalecimento dos mecanismos de fiscalização e a promoção de uma cultura política mais íntegra são passos essenciais para reverter esse quadro. A verdadeira democracia deve ser construída sobre a responsabilidade, a prestação de contas e o compromisso com o interesse público, e não sobre a troca de favores e o conluio entre grupos de poder.
Em suma, a declaração de Arthur Lira expõe uma realidade alarmante: o toma-lá-dá-cá está profundamente enraizado no jogo político brasileiro, contaminando instituições essenciais e desfigurando a função pública. É hora de dizer basta e exigir que a política retorne ao seu propósito original: servir à população com dignidade e respeito.