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Rio Branco, ‘a capital do fogo’, tem o quinto pior ano gerado pelas queimadas e vive uma tragédia ambiental

O fogo que era, antes, usado para a limpeza de roçados passou a ganhar um contexto urbano, de forma criminosa, para limpeza de terrenos baldios e entulhos.

06/09/2024 às 12h45 Atualizada em 06/09/2024 às 12h55
Por: Maria Beatriz Fonte: Notícias da Hora
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Rio Branco, ‘a capital do fogo’, tem o quinto pior ano gerado pelas queimadas e vive uma tragédia ambiental

Se antes as queimadas estavam restritas à zona rural de Rio Branco, nos últimos quatro anos elas ganharam um novo contexto. A constatação é da pesquisadora Sonaira Silva, pesquisadora do Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (Labgama), da Universidade Federal do Acre (Ufac).

O fogo que era, antes, usado para a limpeza de roçados passou a ganhar um contexto urbano, de forma criminosa, para limpeza de terrenos baldios e entulhos.

“A cidade de Rio Branco, que deveria ser o exemplo, onde estão todos os órgãos, mas é um caos. A nossa maior cidade é tomada pelo fogo todos os anos, e falta uma consciência por parte das pessoas porque ele não é um fogo para a agricultura, é sem propósito”, afirma a pesquisadora.

A capital acreana é conhecida no meio acadêmico como a “capital do fogo”. As unidades de conservação dentro de Rio Branco, que abrangem uma área de 8.835 km2, não estão livres dos incêndios criminosos.

Em 2022, de acordo com relatório executivo desenvolvido pelo Labgama, em todo o Acre foram registrados 11.429 hectares de incêndios florestais. Destes, 4.666 se deram dentro dos limites da capital. As áreas de proteção ambiental (APA) Lago do Amapá e do Igarapé São Francisco foram as mais afetadas: 255 ha e 164 ha, respectivamente.  Segundo os dados do estudo, em 2022, a área queimada em Rio Branco – as cicatrizes do fogo – foi de 39.662 hectares. Entre os 22 municípios acreanos, ficou na terceira posição.

 

O que diz a Semeia

Em agosto deste ano, o secretário Municipal de Meio Ambiente Carlos Nasserala destacou o aumento de recursos e de servidores para ajuda nas atividades realizadas pela pasta, principalmente no combate às queimadas.

"Em 2021, trabalhamos com um orçamento de R$ 8 milhões, repassado da gestão anterior. Hoje, temos R$ 23 milhões disponíveis para a SEMEIA e dobramos o número de servidores, que agora somam 300 e atuam em regime de plantão. 

Aumentamos também a equipe de educação ambiental, que passou de duas para 20 pessoas. Nossos esforços incluem atividades contínuas em escolas e comunidades para promover a conscientização sobre a prevenção de queimadas", afirmou.

O secretário informou que os bairros mais afetados por queimadas em 2024 são o Conjunto Universitário, Calafate e Cidade do Povo. "Estamos registrando os casos na delegacia e contamos com o apoio da polícia para identificar e punir os responsáveis. As multas variam de R$ 1 mil a R$ 100 mil, dependendo da extensão da área queimada", explicou Nasserala.

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